ISPN e PNUD visitam sedes da Aprospera, no assentamento Oziel Alves III, em Planaltina, e da Central do Cerrado, em Sobradinho

Debaixo de um pé de araçá, Vinicius Lima, agricultor e morador do Assentamento Oziel Alves III, explica: “na minha infância a gente vinha aqui coletar e comer frutos. Era diversão de criança”. À frente da Associação dos Produtores Agroecológicos do Alto São Bartolomeu (Aprospera), ele afirma que a sede da associação foi construída “graças ao apoio do Fundo Ecos”.
O edifício está localizado em uma área comunitária dentro do assentamento. “A gente está cuidando do cerradinho que sobrou, restaurando e plantando mais Cerrado. Com essa força, a gente segue com o trabalho de agroecologia no assentamento, com perspectiva de que a juventude possa assumir a gestão e fazer restauração”, explica Vinicius.

Agora, um novo projeto executado com a Rede de Sementes do Cerrado vai apoiar a comunidade com capacitação em governança “para que jovens possam ter autonomia de fazer restauração, de conhecer a cadeia de restauração e compartilhar conhecimento com outros grupos que também restauram”, acrescenta Vinícius.

O primeiro projeto ecossocial desenvolvido na comunidade foi em 2015, “Comercialização do Apreço – CSA: Uma Nova Forma de Relação entre Produtores e Consumidores”, no 22º edital Fundo Ecos. A chamada ocorreu no âmbito do Small Grants Programme (SGP), coordenado pelo ISPN no Brasil, com financiamento do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e apoio do PNUD.
Alguns anos antes, em 2008, o projeto “Consolidação da Central do Cerrado”, executado pela Associação de Desenvolvimento Comunitário de Caxambu, também junto ao Fundo Ecos/SGP Brasil, e apoio GEF/PNUD, ajudou a estabelecer a cooperativa, cuja sede está localizada em Sobradinho (DF).
A Central do Cerrado surgiu de organizações que receberam apoio do Fundo Ecos ao longo dos últimos 30 anos. Por isso, o secretário-executivo da cooperativa Luis Carrazza explica que a organização foi “incubada” no ISPN, local onde ele trabalhou como assessor técnico nos anos 1990. A gente contou essa história na primeira reportagem especial do aniversário de três décadas do mecanismo financeiro. Leia aqui.

Para Carrazza, a Central do Cerrado “não vende produtos, mas sim histórias”. A ideia é que as e os consumidores dos produtos comercializados pela cooperativa saibam que aqueles alimentos são produzidos em territórios tradicionais, indígenas ou de agricultura familiar.
Na quinta-feira, 21 de novembro, membros das equipes do PNUD Nova Iorque, PNUD Brasília e do ISPN visitaram as duas organizações comunitárias no entorno de Brasília.
“Conhecer as experiências que o Fundo Ecos vem apoiando é um momento gratificante. Nos permite entender a realidade e os desafios que as comunidades enfrentam, e também acompanhar conquistas importantes no campo da restauração e da sociobiodiversidade”, comenta Terena Castro, assessora técnica do ISPN e coordenadora do SGP no Brasil.

ISPN e PNUD na sede da Central do Cerrado, em Sobradinho – DF (Foto: Acervo ISPN/Reprodução)Vinicius Lima, da Aprospera, afirma que a visita das equipes “reaviva” a vontade de continuar o trabalho, “sabendo que têm instituições que acreditam e dão apoio à comunidade”.
“Aqui Tem Fundo Ecos” é um espaço onde contamos histórias de experiências ecossociais desenvolvidas com apoio do Fundo Ecos. Por meio deste mecanismo financeiro do ISPN, as organizações Central do Cerrado e Aprospera desenvolveram projetos com financiamento do GEF e parceria do PNUD.